terça-feira, 23 de março de 2010

Elogios podem ser a melhor arma motivacional de um gestor

A economia pode estar dando sinais de vida, mas isso não significa que os gestores e os empregadores vão começar a distribuir bônus a seus funcionários. Longe disso...Em vez disso, eles estão se utilizando de uma arma clássica para motivar os seus trabalhadores sobrecarregados: o elogio.

"Ele é provavelmente a arma mais poderosa para aumento de desempenho conhecida pela humanidade", diz Bob Nelson, um consultor de trabalho que já assessorou grandes empresas ao redor do globo. "Quer se trate de um funcionário ou cônjuge, você recebe mais do que o esperado quando o elogia."

Como uma ferramenta motivacional, é claro, o elogio tem existido por muito tempo, muito antes dos auto-denominados peritos começarem a ensinar-nos como praticá-lo. Mas o elogio como técnica de motivação só entrou em voga com os filhos mimados dos chamados Baby Boomers norte-americanos – pessoas nascidas nas décadas de 50 e 60.

Então a economia explodiu, deixando espaços vazios, reduzindo os salários, folgas forçadas e um monte de trabalhadores precários. Hoje, não se trata apenas da Geração Y, que precisa de reforço emocional. Todos precisam. Todos os funcionários e seus gerentes estão mais estressados do que nunca, trabalhando mais com menos recursos. E muitos gestores pensam erradamente que eles estão muito ocupados para elogiar.

"A única vez que você ouve seu chefe é quando cometeu um erro", diz Nelson, "e patrões acham que não têm que fazer isso porque você está com sorte de ter um emprego. As pessoas precisam de mais, mas tendem a receber menos."



Faça do seu elogio algo tangível
Elogiar não é uma tarefa tão simples como se poderia pensar, e as abordagens variam. Uma estratégia, diz Nelson, é fazer o elogio visível. Visite os escritórios do BankBoston, por exemplo, e você verá estrelas bordadas de ouro por todo o lugar, recompensas decorativas dos gestores aos bons trabalhadores. "Você anda pelos corredores da empresa e vê as pessoas com essas estrelas em seus ternos ou anexados aos seus crachás", diz Nelson.

Em outra parte, as empresas estão tentando adicionar um pouco de leveza, talvez como uma maneira de diminuir o risco de que o elogio forçado nos maus momentos possa parecer hipócrita, até mesmo piegas. Nelson recomenda troféus ou plaquetas para serem colocadas nas mesas dos funcionários.

Outras empresas lançam prêmios para agradecer os profissionais nestes tempos terríveis. No parque temático da Universal, em Orlando na Flórida, que no ano passado perdeu empregos devido à crise, os gestores dão aos seus companheiros, cartões que dizem coisas, como Alguém Aprecia Você e os trocam por ingressos de cinema, jantares e outros presentes. "Você cuida dos seus empregados e eles vão cuidar de seus clientes,” afirma Rhonda Rhodes, vice-presidente de recursos humanos da Universal.

Mesmo o Bank of America, com mais de 200.000 funcionários, tem ações relacionadas a elogios. Parte do seu programa motivacional de recompensas premia trabalhadores com pontos de reconhecimento que podem ser trocados por brindes. A ideia, diz a porta-voz do BofA, Kelly Sapp, é "manter colaboradores engajados e, finalmente, alcançar resultados de negócios."






Mude a maneira de falar

Talvez o elogio mais efetivo não venha com um cupom, mas sim da interação humana. E isso muitas vezes é o mais difícil, especialmente para os gestores para quem os elogios não são uma atitude natural. Jerry Libras, que prestou consultoria ao Wal-Mart e à Ford e escreve para um blog chamado Influência Positiva, aconselha os gestores a elogiar o intelecto e a habilidade de resolver problemas de seus funcionários em discussões diárias.

Nelson, que escreveu o livro "Mantendo-se em uma economia", aconselha os gestores a criar uma nova mentalidade. Quando o pensamento sobre alguém ter feito um bom trabalho atravessar sua mente, tome uma atitude sobre ela. Pegue o telefone, escreva uma nota, ou envie um e-mail. Melhor ainda, diz Nelson, encontre a pessoa não importa o que ela esteja fazendo.

"Você alguma vez interrompeu alguém em uma reunião para lhes dar uma boa notícia?", Diz Nelson. "É excepcional. Você diz, 'Ei, eu sei que você está no meio de algo, mas eu tenho que te dizer isso. Nós atingimos os números do trimestre passado e não conseguiríamos de maneira nenhuma chegar lá sem você e sua equipe’.

As palavras que você escolhe são essenciais. Mark Holmes, um empregado, consultor de retenção e autor de "O Guardião de Pessoas: Como os gerentes podem atrair, motivar e reter os melhores funcionários", aconselha seus clientes corporativos a encontrar atributos específicos que mostram que você, o chefe, realmente está prestando atenção.

"Você pode simplesmente dizer, 'eu quero agradecê-lo por ser alguém que não tem medo de me dizer o que pensa", diz Holmes." Ou você diz: “A coisa que eu aprecio em você João, é que você é consciente.” Ou “Susana, você é uma excelente gestora de nossos colaboradores mais jovens.” Ou “Eu admiro a sua contribuição. Eu admiro o jeito que você fala nas reuniões.” “Tudo isso significa o mundo para um empregado."

Curiosamente, os melhores trabalhadores são muitas vezes aqueles que são esquecidos pelos “doadores” de elogios - como as boas crianças em uma família, que são vistos como capazes e que se auto-dirigem, não precisando de auxílios ou elogios. No entanto, esses são os funcionários que os patrões precisam tecer elogios nos maus momentos. "Não é incomum para um funcionário de alto desempenho deixar as empresas por causa de uma falta de feedback", diz Holmes.




Como transformar elogios em dinheiro
Quem duvida que o elogio apropriado pode gerar lucros, deveria ouvir o que aconteceu na empresa Tetra Technologies, baseada em Houston, Texas, EUA. Uma empresa prestadora de serviços na indústria de petróleo e gás. Steve Hardwick, o vice-presidente global de desenvolvimento de negócios, trouxe Holmes em 2008, após uma dúzia de grandes clientes da Tetra terem deixado de comprar. Holmes trabalhou com as equipes de vendas e marketing na construção de trabalho em equipe para recapturar os negócios perdidos. Uma grande parte do que Holmes fez, foi garantir que metas específicas fossem estabelecidas.

"Ele fez um grande negócio ao dizer, após o lançamento de um novo produto , "Olha o que o João conseguiu até aqui", disse Hardwick. "Ou ele dizia, 'O Bruno conseguiu! Olha o que ele disse a seus clientes."

A Tetra acabou trazendo todas as contas perdidas de volta. Também recentemente, ampliou seu contrato com a Shell, um de seus maiores clientes, por um período adicional de três anos. Dois de seus principais profissionais foram reconhecidos pelo esforço. "Eu levei tempo para ter um jantar com esses dois rapazes, para dizer-lhes o quanto eu os aprecio”, disse Hardwick. E enquanto Hardwick disse que a empresa faz o seu melhor para compensar o alto desempenho, ele diz que o elogio é muitas vezes igual a dinheiro.

"O dinheiro é inerte", diz ele. "Alguns milhares de reais neste ano, e outros no ano que vem não serão a razão de você sair de um emprego. O importante é como você se sente sobre o seu papel na organização, contribuindo, como parte da equipe."

Apesar de toda essa verdade, não nos importaríamos de alguns milhares extras junto com os elogios.


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