Porque algumas operações de TI estão progredindo, enquanto outras estão estagnadas?
O que faz um CIO mais bem sucedido do que outro é a mudança. No passado, conhecimento profundo sobre tecnologia era fundamental. Agora, um profundo entendimento do negócio e como movê-lo à frente tornaram-se a métrica fundamental.
Essa mudança não se reflete apenas em quanto dinheiro os CIOs estão recebendo, mas também para quem o CIO se reporta. Para descobrir o que está conduzindo essas mudanças, a Forbes entrevistou Mark McDonald, vice-presidente e chefe de pesquisas do Gartner Executive Programs.
Forbes: O que está mudando em relação ao CIO?
Mark McDonald: As diferenças entre operações de TI ricas e pobres são reais e cada vez maiores.
Forbes: Como você define ricas e pobres?
Mark McDonald: Riqueza é o nível de desempenho da TI, assim como orçamento e contribuição para a empresa. Não é só sobre ter mais dinheiro. É se você é um player estratégico e eficaz no que faz. Estes CIOs tendem a ter orçamentos maiores em suas organizações e principalmente têm uma maior propensão a gastá-lo de forma mais estratégica. Os departamentos de TI mais ricos têm sido mais proativos sobre o corte de desperdícios em TI e fazem as coisas mais rapidamente.
Forbes: O tamanho da empresa é um fator a ser considerado?
Mark McDonald: Não. É mais sobre como criar valor para a empresa. As organizações de TI pobres acreditam que elas criam valor gerindo adequadamente os recursos de TI. Em outras palavras, "Eu estou provando que eu não desperdiço o dinheiro da empresa." Já as ricas vêem isso assim: "Olha o que podemos fazer e como rapidamente nós contribuímos positivamente ao negócio."
Forbes: O nível de adoção do cloud computing entra em campo nessa sua análise?
Mark McDonald: Não, absolutamente não. Há duas razões. Uma delas é que o cloud computing é um prato cheio para as organizações de TI que não são ricas, porque tudo o que estão olhando é o custo. Isso só te coloca em apuros. Você acha que está resolvendo um problema, mas na verdade está apenas começando outro. Vimos um monte de gente mover agressivamente aplicativos para a “nuvem”. Alocando 50% a 60% dos aplicativos que não são críticos. As organizações pobres veem isso como uma forma de resolver seus problemas de infraestrutura. As organizações ricas estão fazendo esse movimento para criar mais espaço para um maior valor para a empresa.
Forbes: Usando a sua terminologia de ricas e pobres, as ricas ficam mais ricas fazendo isso?
Mark McDonald: As ricas estão definitivamente ficando mais ricas, se medirmos orçamento, valor para a empresa, participando na criação da estratégia da empresa e em relação aos CIOs se reportarem aos CFOs.
Forbes: Qual a porcentagem de CIOs que estão do lado rico?
Mark McDonald: Cerca de 22%.
Forbes: Quantos estão no meio do caminho?
Mark McDonald: Cerca de 30%. E há sólidos 50% de pobres que estão ficando mais pobres.
Forbes: O que acontece com esses 50%? Eles são substituídos ou as empresas nem percebem que têm um problema?
Mark McDonald: A realidade é que eles serão relegados à irrelevância administrativa. Se você define a sua operação de TI como um suporte ao negócio, há uma indicação de que você está indo na direção dos mais pobres. Quando as organizações de TI se veem como alguém que contribui para o negócio, impulsionando sua transformação e redirecionamento, é um indicador precoce da atitude do CIO que está do lado mais rico.
Forbes: Para os 50%, eles permanecem no cargo mais de 18 meses?
Mark McDonald: Não tem nada a ver com ter a posse do cargo de CIO.
Forbes: Mas na maioria das organizações de TI ricas, os CIOs não têm ficado em seus trabalhos por muito tempo, certo?
Mark McDonald: Em muitos casos isso é verdade, mas o real determinante é que muitos deles vêm de fora do negócio. Evoluir em tecnologia não se opõe à gestão de uma organização rica. Eles estão recebendo pouco crédito pelo que são. Uma das coisas típicas da crise econômica é que os líderes eficazes e de boa gestão, não importa de onde venham, estão tendo a oportunidade de brilhar. Se você adotar uma visão onde não é responsável pelos resultados, mas pode provar que tem um Custo Total de Propriedade menor, já é um handicap.
Forbes: Você está falando de uma maneira diferente de ver o valor de uma empresa, certo? No passado, a hierarquia era quem dirigia a organização. Agora é sobre o que você realmente faz.
Mark McDonald: Sim, e o maior determinante de eficácia agora é a velocidade. As organizações de TI mais ricas podem dizer como elas aumentaram a produtividade em toda a empresa. As organizações mais pobres não podem dizer isso. Uma das coisas que todo CIO terá que responder no final de 2010 é como eles aumentaram a produtividade da empresa em geral. Os CIOs que pensam que essa é uma pergunta injusta, vão acabar automaticamente na irrelevância administrativa.
Forbes: Os CIOs estão presos a um determinado de mercado? Será que um CIO de um banco será capaz de encontrar outro emprego de CIO em outro banco?
Mark McDonald: Isso faz sentido intuitivamente, mas vimos algumas alterações surpreendentes. Eu conversei com um ex-CIO do governo neozelandês, que agora é o CIO de um grande distribuidor na Austrália. Nestes tempos de crise econômica, os rótulos não significam muito.
Forbes: Qual é o conjunto de competências essenciais? É a tecnologia, a confluência de tecnologia e negócios, ou o negócio?
Mark McDonald: É sempre mais fácil ensinar tecnologia a um homem de negócios, do que ensinar negócio para uma pessoa de tecnologia. Se o presidente tem um plano para uma empresa, o CIO precisa saber como entregar o plano de negócios com rapidez e escala. Vimos organizações revolucionarem a forma como eles desenvolvem soluções para diminuir esse ciclo para menos de um mês, em virtude da volatilidade da economia.
Forbes: Você ainda vê volatilidade?
Mark McDonald: Estamos terminando um levantamento com mais de 500 CIOs. A volatilidade ainda está presente. As perspectivas econômicas para os CIOs são ligeiramente melhores que no ano passado, mas a maioria ainda vê uma contração em 2010. Cerca de 40% veem algum tipo de crescimento, contra apenas 8% que achavam que iriam crescer além dos níveis de 2008.
Forbes: Onde eles estão cortando e onde eles estão gastando?
Mark McDonald: A maioria dos CIOs sacrificaram as despesas operacionais (Opex) para compensar as despesas de capital (CapEx) no primeiro semestre de 2010. Isso converge para a virtualização e a necessidade de atualização. Eles estão um ou dois anos atrasados no ciclo de substituição. Mas isso na verdade é traiçoeiro, porque com o aumento de CapEx gera-se maior depreciação, o que mantém seu número de OpEx baixo. É um ciclo ruim para se entrar.
Forbes: Onde é que os CIOs obterão o seus recursos no futuro?
Mark McDonald: Cerca de 10% das empresas ainda não concluíram seus orçamentos de TI para o ano. Para outros 49%, as OPEX e CAPEX foram aprovadas no quarto trimestre do ano passado, referente a 2010 e cerca de um quarto não finalizou seu orçamento até o primeiro trimestre deste ano. O restante finalizou o budget de 2010 no terceiro trimestre de 2009. Os orçamentos de TI estão se tornando mais flexível, o que é uma coisa boa.
Forbes: Mas será que as unidades de negócio realmente pagarão para TI, sendo que não tiveram que fazê-lo no passado?
Mark McDonald: Boa pergunta, e é aí que o cloud computing está gerando um problema. Todo o dinheiro de TI antes era livre às unidades de negócio. As CapEx vinham do negócio e eles não percebiam isso. As CapEx se baseiam na depreciação, mas para os líderes das unidades de negócio os seus bônus por performance são baseados no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Essencialmente TI está livre. O bônus não é afetado pela depreciação. Na cloud computing você não tem as CapEx inicialmente, mas você tem um gasto operacional que está acima da linha do EBITDA. As empresas que estão em seu segundo ano de cloud estão se perguntando: quando é que esta taxa vai parar? A resposta é nunca.
Ed Sperling é o editor de várias publicações de comércio de tecnologia e tem coberto tecnologia por mais de 20 anos. Contate-o pelo e-mail esperlin@yahoo.com.
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O que faz um CIO mais bem sucedido do que outro é a mudança. No passado, conhecimento profundo sobre tecnologia era fundamental. Agora, um profundo entendimento do negócio e como movê-lo à frente tornaram-se a métrica fundamental.
Essa mudança não se reflete apenas em quanto dinheiro os CIOs estão recebendo, mas também para quem o CIO se reporta. Para descobrir o que está conduzindo essas mudanças, a Forbes entrevistou Mark McDonald, vice-presidente e chefe de pesquisas do Gartner Executive Programs.
Forbes: O que está mudando em relação ao CIO?
Mark McDonald: As diferenças entre operações de TI ricas e pobres são reais e cada vez maiores.
Forbes: Como você define ricas e pobres?
Mark McDonald: Riqueza é o nível de desempenho da TI, assim como orçamento e contribuição para a empresa. Não é só sobre ter mais dinheiro. É se você é um player estratégico e eficaz no que faz. Estes CIOs tendem a ter orçamentos maiores em suas organizações e principalmente têm uma maior propensão a gastá-lo de forma mais estratégica. Os departamentos de TI mais ricos têm sido mais proativos sobre o corte de desperdícios em TI e fazem as coisas mais rapidamente.
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Forbes: O tamanho da empresa é um fator a ser considerado?
Mark McDonald: Não. É mais sobre como criar valor para a empresa. As organizações de TI pobres acreditam que elas criam valor gerindo adequadamente os recursos de TI. Em outras palavras, "Eu estou provando que eu não desperdiço o dinheiro da empresa." Já as ricas vêem isso assim: "Olha o que podemos fazer e como rapidamente nós contribuímos positivamente ao negócio."
Forbes: O nível de adoção do cloud computing entra em campo nessa sua análise?
Mark McDonald: Não, absolutamente não. Há duas razões. Uma delas é que o cloud computing é um prato cheio para as organizações de TI que não são ricas, porque tudo o que estão olhando é o custo. Isso só te coloca em apuros. Você acha que está resolvendo um problema, mas na verdade está apenas começando outro. Vimos um monte de gente mover agressivamente aplicativos para a “nuvem”. Alocando 50% a 60% dos aplicativos que não são críticos. As organizações pobres veem isso como uma forma de resolver seus problemas de infraestrutura. As organizações ricas estão fazendo esse movimento para criar mais espaço para um maior valor para a empresa.
Forbes: Usando a sua terminologia de ricas e pobres, as ricas ficam mais ricas fazendo isso?
Mark McDonald: As ricas estão definitivamente ficando mais ricas, se medirmos orçamento, valor para a empresa, participando na criação da estratégia da empresa e em relação aos CIOs se reportarem aos CFOs.
Forbes: Qual a porcentagem de CIOs que estão do lado rico?
Mark McDonald: Cerca de 22%.
Forbes: Quantos estão no meio do caminho?
Mark McDonald: Cerca de 30%. E há sólidos 50% de pobres que estão ficando mais pobres.
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Forbes: O que acontece com esses 50%? Eles são substituídos ou as empresas nem percebem que têm um problema?
Mark McDonald: A realidade é que eles serão relegados à irrelevância administrativa. Se você define a sua operação de TI como um suporte ao negócio, há uma indicação de que você está indo na direção dos mais pobres. Quando as organizações de TI se veem como alguém que contribui para o negócio, impulsionando sua transformação e redirecionamento, é um indicador precoce da atitude do CIO que está do lado mais rico.
Forbes: Para os 50%, eles permanecem no cargo mais de 18 meses?
Mark McDonald: Não tem nada a ver com ter a posse do cargo de CIO.
Forbes: Mas na maioria das organizações de TI ricas, os CIOs não têm ficado em seus trabalhos por muito tempo, certo?
Mark McDonald: Em muitos casos isso é verdade, mas o real determinante é que muitos deles vêm de fora do negócio. Evoluir em tecnologia não se opõe à gestão de uma organização rica. Eles estão recebendo pouco crédito pelo que são. Uma das coisas típicas da crise econômica é que os líderes eficazes e de boa gestão, não importa de onde venham, estão tendo a oportunidade de brilhar. Se você adotar uma visão onde não é responsável pelos resultados, mas pode provar que tem um Custo Total de Propriedade menor, já é um handicap.
Forbes: Você está falando de uma maneira diferente de ver o valor de uma empresa, certo? No passado, a hierarquia era quem dirigia a organização. Agora é sobre o que você realmente faz.
Mark McDonald: Sim, e o maior determinante de eficácia agora é a velocidade. As organizações de TI mais ricas podem dizer como elas aumentaram a produtividade em toda a empresa. As organizações mais pobres não podem dizer isso. Uma das coisas que todo CIO terá que responder no final de 2010 é como eles aumentaram a produtividade da empresa em geral. Os CIOs que pensam que essa é uma pergunta injusta, vão acabar automaticamente na irrelevância administrativa.
Forbes: Os CIOs estão presos a um determinado de mercado? Será que um CIO de um banco será capaz de encontrar outro emprego de CIO em outro banco?
Mark McDonald: Isso faz sentido intuitivamente, mas vimos algumas alterações surpreendentes. Eu conversei com um ex-CIO do governo neozelandês, que agora é o CIO de um grande distribuidor na Austrália. Nestes tempos de crise econômica, os rótulos não significam muito.
Forbes: Qual é o conjunto de competências essenciais? É a tecnologia, a confluência de tecnologia e negócios, ou o negócio?
Mark McDonald: É sempre mais fácil ensinar tecnologia a um homem de negócios, do que ensinar negócio para uma pessoa de tecnologia. Se o presidente tem um plano para uma empresa, o CIO precisa saber como entregar o plano de negócios com rapidez e escala. Vimos organizações revolucionarem a forma como eles desenvolvem soluções para diminuir esse ciclo para menos de um mês, em virtude da volatilidade da economia.
Forbes: Você ainda vê volatilidade?
Mark McDonald: Estamos terminando um levantamento com mais de 500 CIOs. A volatilidade ainda está presente. As perspectivas econômicas para os CIOs são ligeiramente melhores que no ano passado, mas a maioria ainda vê uma contração em 2010. Cerca de 40% veem algum tipo de crescimento, contra apenas 8% que achavam que iriam crescer além dos níveis de 2008.
Forbes: Onde eles estão cortando e onde eles estão gastando?
Mark McDonald: A maioria dos CIOs sacrificaram as despesas operacionais (Opex) para compensar as despesas de capital (CapEx) no primeiro semestre de 2010. Isso converge para a virtualização e a necessidade de atualização. Eles estão um ou dois anos atrasados no ciclo de substituição. Mas isso na verdade é traiçoeiro, porque com o aumento de CapEx gera-se maior depreciação, o que mantém seu número de OpEx baixo. É um ciclo ruim para se entrar.
Forbes: Onde é que os CIOs obterão o seus recursos no futuro?
Mark McDonald: Cerca de 10% das empresas ainda não concluíram seus orçamentos de TI para o ano. Para outros 49%, as OPEX e CAPEX foram aprovadas no quarto trimestre do ano passado, referente a 2010 e cerca de um quarto não finalizou seu orçamento até o primeiro trimestre deste ano. O restante finalizou o budget de 2010 no terceiro trimestre de 2009. Os orçamentos de TI estão se tornando mais flexível, o que é uma coisa boa.
Forbes: Mas será que as unidades de negócio realmente pagarão para TI, sendo que não tiveram que fazê-lo no passado?
Mark McDonald: Boa pergunta, e é aí que o cloud computing está gerando um problema. Todo o dinheiro de TI antes era livre às unidades de negócio. As CapEx vinham do negócio e eles não percebiam isso. As CapEx se baseiam na depreciação, mas para os líderes das unidades de negócio os seus bônus por performance são baseados no EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Essencialmente TI está livre. O bônus não é afetado pela depreciação. Na cloud computing você não tem as CapEx inicialmente, mas você tem um gasto operacional que está acima da linha do EBITDA. As empresas que estão em seu segundo ano de cloud estão se perguntando: quando é que esta taxa vai parar? A resposta é nunca.
Ed Sperling é o editor de várias publicações de comércio de tecnologia e tem coberto tecnologia por mais de 20 anos. Contate-o pelo e-mail esperlin@yahoo.com.
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